Pular para o conteúdo principal

Torne-se um lago...


O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d’água e bebesse.

“Qual é o gosto?” Perguntou o Mestre.

“Ruim”, disse o aprendiz.

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o velho disse: “Beba um pouco dessa água”.

Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:

“Qual é o gosto?”

“Bom!” disse o rapaz.

“Você sente o gosto do sal?” Perguntou o Mestre.

“Não”, disse o jovem.

O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:

“A dor na vida de uma pessoa é inevitável. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Então, quando você sofrer, a única coisa que você deve fazer é aumentar a percepção das coisas boas que você tem na vida. Deixe de ser um copo. Torne-se um lago”.


-----
A Yoga tem me ensinado observação, do meu corpo, dos meus atos, dos meus pensamentos, e cada vez mais fica claro que tudo é uma opção. Normalmente optamos pelo que fomos condicionados a escolher, mas existem outras opções, outros métodos, se dê o direito de optar por outras escolhas, de optar pelo não sofrimento. Ótima semana pra todos!

Comentários

FOXX disse…
mas ai vc não toma como pressuposto que sempre as coisas boas são maiores que as coisas ruins?

isso é verdade?
sempre acontece mais coisas boas?
Pedro disse…
Esse é um aprendizado muito difícil, mas necessário, porque parece sempre que as dores são muito maiores do que as alegrias.
Rodrigo B. disse…
Não sei se acontecem mais coisas boas Foxx, a questão e optar por uma coisa ou outra, isso que é o interessante, não ver mais os fatos como fatalidades, já que podemos mudar o foco do olhar ^^ Bjos
Rodrigo B. disse…
Pedro e que somos dramáticos, realçamos as dores e minimizamos as alegrias, e questão de criar um novo olhar..
Sandra Timm disse…
Há séculos não vinha aqui [nem a nenhum lugar] e achei tudo muito lindo!

Que bom que encontraste um caminho tão de paz, Rodrigo.

Espero que tua vida esteja feliz também.

Beijo
CIELLO disse…
oi, adentrando neste seu universo de reflexões e sentidos maiores para nossa vida atribulada nos dias atuais.

Oque posso dizer sobre tornar-se um Lago? Talvez não seja ampliar apenas a nossa percepção das coisas boas (existe ai uma tendência ao "polianismo"), mas ampliar a nossa capacidade de melhor, torna-se uma versão melhorada, revista e ampliada, entendendo as dores e fazendo delas aliadas para uma reconstrução.

Gostei, favoritei e seguindo já!
Rodrigo B. disse…
Ciello bem vindo! Que bom q gostou, o objetivo e sempre trazer um ponto de reflexão! Ótimo fim de domingo!

Postagens mais visitadas deste blog

Apego

Um dia, o Buda estava sentado na floresta com alguns monges. Eles tinham acabado de almoçar e já iam começar um compartilhamento sobre o Dharma quando um fazendeiro se aproximou deles. O fazendeiro disse: “Veneráveis monges, vocês viram minhas vacas por aqui? E tenho dezenas de vacas e elas fugiram. Além disso, eu tenho cinco acres de plantação de gergelim e este ano os insetos comeram tudo. Eu acho que vou me matar. Eu não posso continuar a viver assim”. O Buda sentiu forte compaixão pelo fazendeiro. Ele disse: “Meu amigo, me desculpe, não vimos suas vacas vindo nessa direção”. Quando o fazendeiro se foi, o Buda se voltou para seus monges e disse: “Meus amigos, sabem por que vocês são felizes? Porque vocês não têm vacas para perder” Buda era contra bens materiais? Não! Ele queria  apenas que não fôssemos apegados a elas! Devemos viver no mundo mas sem precisar dele , conviver, amar as pessoas, sem dependência, viver o agora sem expectativas pelo futuro, deixar o passado e viver a

Estresse - Osho

   Todas as metas pessoais são neuróticas. O homem sintonizado com a essência das coisas consegue entender, sentir que: "Eu não sou separado do todo, e não há necessidade de estar elegendo e procurando concretizar algum destino por mim conta. Os fatos estão acontecendo, o mundo continua girando - chame isso de Deus...   Ele está fazendo coisas. Elas acontecem por vontade própria. Não há necessidade de que eu trave alguma luta, faça qualquer esforço; não há necessidade de que eu lute por coisa alguma. Posso relaxar e simplesmente ser"   O homem essencial não é um fazedor. O homem acidental é um fazedor. Por isso, o homem acidental vive naturalmente com ansiedade, tensão, estresse, angústia, sentado o tempo todo sobre um vulcão. Esse vulcão pode entrar em erupção a qualquer momento, porque o homem vive num mundo de incertezas e acredita que pode tomar as coisas como certas. Isso gera tensão em seu ser: lá no fundo ele sabe que nada é certo. O Tarô Zen, de Osho: Car

108 contos e Parábolas Orientais - Por Monja Coen

Sou do tipo que ama andar na livraria esperando que algum livro me escolha, sempre acabo na parte de livros espiritualistas, zens, etc. Essa semana fui escolhido por 108  Contos e Parábolas Orientais, são contos Zens, chamados também de koans o Osho e o SatyaPrem sempre contam algumas dessas histórias, eu até anotava algumas em um caderno, por que são de uma reflexão tão profunda, que precisam sempre ser revisitadas. Agora a maioria delas em um único livro facilita bastante... A monja Coen explica que a partir dos principais nomes da tradição budista que ela faz parte (Soto Zen Budismo) reuniou os principais contos e acrescentou uma reflexão para cada uma delas. É um livro ótimo, mas sou suspeito nessa avaliação. Bjs.